A endometriose é uma doença crônica e inflamatória que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Veja uma análise dos aspectos epidemiológicos e clínicos que afetam a saúde feminina.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva sofre com essa condição – o que representa cerca de 190 milhões de casos no mundo todo.
No Brasil, já são cerca de 7 milhões de mulheres vivendo com esse desafio.
Esses números expressivos reforçam a importância de se conhecer melhor a doença, seus impactos e a necessidade de um diagnóstico precoce!
A endometriose caracteriza-se pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina.
Esse tecido pode se fixar em diversas regiões, como os ovários, trompas de Falópio, peritônio, intestino, bexiga e outros órgãos.
A endometriose superficial ocorre quando o tecido se desenvolve sobre a superfície do peritônio, enquanto a forma profunda – considerada a mais grave – é definida quando o tecido invade mais de 5 milímetros na profundidade.
O impacto da endometriose na qualidade de vida das mulheres é significativo!
Em até 20% das mulheres a doença pode ser silenciosa.

Os sintomas mais comuns incluem sangramento intenso no período menstrual, dor pélvica crônica, dor durante ou após as relações sexuais, dores ao evacuar e/ou urinar durante o período menstrual e dificuldade para engravidar.
Segundo dados da Associação Brasileira de Endometriose, mais de 30% dos casos levam à infertilidade.
Esses sintomas podem interferir muito nas atividades diárias, afetar o desempenho no trabalho e provocar consequências emocionais, como ansiedade e depressão.
Portanto, o reconhecimento dos sintomas e a busca por um diagnóstico correto são fundamentais para minimizar os efeitos a longo prazo da doença.
A importância do Diagnóstico Precoce
O diagnóstico precoce é um dos pilares para o manejo eficaz da endometriose.
A avaliação clínica, associada a exames de imagem – como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética – é crucial para confirmar a presença da doença.
Em muitos casos, o diagnóstico definitivo é realizado por meio de laparoscopia, procedimento que permite uma avaliação direta da extensão das lesões e, se necessário, a coleta de amostras para confirmação.
Quanto ao tratamento, as opções variam conforme a gravidade dos sintomas, a extensão da doença e os desejos reprodutivos da paciente.
As abordagens podem incluir terapias hormonais, analgésicos e, em casos mais avançados, intervenções cirúrgicas minimamente invasivas – como a videolaparoscopia – que têm demonstrado excelentes resultados em termos de alívio da dor, preservação da fertilidade, com um pós-operatório muito mais tranquilo para a paciente.
Ainda sobre as opções de tratamento, a suspensão da menstruação através do uso de medicação hormonal, como a pílula combinada ou de progesterona ou implante hormonal ou DIU medicado e a remoção cirúrgica de lesões, são opções utilizadas pelos profissionais experientes no tratamento da Endometriose.
Em resumo, os dados sobre a endometriose evidenciam que se trata de um problema de saúde pública de grande relevância.
Se você está achando que pode ter endometriose, busque ajuda médica profissional o quanto antes!
Dr. Fernando Faria
Médico Ginecologista
CRM/SP: 119019 | RQE: 89909 | TEGO: 0187/2007